segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Only Friendship - Capítulo 8 - O primeiro beijo


Autor: Rocco Contestti
Índice  


“O beijo é a menor distância entre dois apaixonados.” (Autor desconhecido)



James estava meio que assumindo a liderança da equipe. Estavam preparados para tudo: suspeitas e pistas. Por falar em pistas, cadê os recados de K.G.?

Mas eles ainda eram tão jovens para se preocuparem com isso. Tudo bem que Rudolph tinha seu pai morto e Bianca sua mãe seqüestrada, precisavam se divertir, se distrair.

Bianca e Joseph só sabiam se olhar. Todos já haviam percebido que eles estavam se gostando, mas nenhum dos dois fazia nada. “O que eles tão esperando?”, pensou Lucy. Pra ela só faltava um empurrãozinho.
...
Já estava próximo das férias. Eles passavam nas ruas pedalando suas bicicletas quando novamente um carro preto parou a sua frente fazendo-os parar. Um homem velho, mas lúcido saiu pela porta traseira. O homem os convidou para tomar sorvete e eles aceitaram. Na sorveteria:
– O que vão querer? – disse Kleber.
– Eu não vou querer, mas pago o deles. – falou o velho desconhecido.
– Então... – Eles pediram e o dono da sorveteria saiu.
– O que vocês estão fazendo é muito perigoso. – O velho comentou.
– Hm... Quem é você? O que acha que estamos fazendo? – James sabia do que o homem estava falando, mas queria defender o grupo e o segredo.
– Não se preocupem. Vim aqui para ajudá-los. Sou Getulius Golbem, sou psicólogo e psiquiatra. Não precisam se apresentar a mim, sei quem são.
– Ajudar em quê? E como assim sabe quem somos? – James ainda tentando defender a equipe.
– Não se faça de bobo – disse Getulius – No caso perigoso, os ataques, o mistério, K.G. – cochichou. 
– Como soube disso? – James ainda.
– Andei observando vocês, James. Estou aqui para ajudar em tudo que precisarem: roupas, equipamentos, abrigos, esconderijos...
– Hm... Só um minuto. – James pediu para conversar com os amigos fora da sorveteria. – Pessoal, vocês não vão confiar nesse cara né?
– Por que não? O homem quer ajudar, Jime – Bianca discordou.
– Não perceberam? O cara acabou de falar que nos segue faz tempo, sabe nosso nomes e sabe daquilo. – se referiu a K.G. – Vocês vão cair nessa?
– James, K.G. é não G.G., entendeu? – Bianca
– Ok, você que sabe. E vocês vão falar nada? – disse James aos outros.
– Concordamos com Bianca, Jime. Desculpa! – Rudolph falou por todos.
– Hm... Tá bom! – Eles voltam para mesa.
– Pronto, já conversaram? O que decidiram? – Getulius perguntou.
– Aceitamos a sua ajuda, senhor. – disse Bianca.
– Que bom! – o homem sorriu. – Peguem meu cartão, quando precisarem é só avisar. – deu um cartão para cada um. James pegou o seu, Getulius saiu e James disse:
– Ok! Aceitaram a ajuda dele. Agora vou ter tempo de participar das olimpíadas e me ocupar com coisas que realmente me interessam. – saiu na sua bicicleta.
...
– Caramba, James ficou chateado. – Lucy comentou.
– É verdade! – Joseph concordou.
– Mas como ele mesmo disse, não podemos parar. Ou vocês vão com ele? Não se sintam obrigados a nos ajudar. – Bianca disse.
– Ficamos com vocês. – Lucy fala por si mesma e seu primo.
– Obrigada, meus amigos. Sabia que poderia contar sempre com vocês. – Bianca disse abraçando Rudolph e Lucy, mas com Joseph só um aperto de mãos, um aperto de mão gelado e com os olhos mirando os do outro.
...
James realmente não aceitou ajuda de Getulius. O garoto tinha suas razões, mas ele queria fazer algo antes de se preocupar com as Olimpíadas. Aproveitou o fim de semana para fazer o que queria.
O menino acordou cedo e foi para casa de Getulius Golbem, antes que o homem saísse para trabalhar. Ficou escondido no jardim que ficava na saída da mansão.  Quando viu aquele carro preto saindo, se preparou, pois não sabia o quanto iria pedalar. Esperou o carro ficar um pouco distante dali para começar a segui-lo. James conseguiu seguir sem ser percebido, o carro parou em gente a uma clinica psiquiátrica o menino entrou ali e foi à recepção.
– Moça, onde fica o consultório do doutor Golbem? – James perguntou a recepcionista.
– Doutor Kennedy Golbem?  Só um minuto, vou conferir. – falou a recepcionista da clínica.
 “Kennedy Golbem, será que é mesmo ele?”, pensou James.
– Fica a terceira porta a direita, é o número 54. – falou a mulher.
– Obrigado!
– Mas vai ter que esperar, ele está com visitas na sua sala. Acho que vai ser rápido, ele está com uns garotos lá. – a recepcionista se referia aos amigos do menino.
...
– Pelo visto, James não quer minha ajuda. Eu entendo, ele liderava o grupo. Mas ainda seremos bons amigos. – falava o homem confiante.
Depois de bastante conversa, finalmente saíram dali.
...
James escutou as vozes dos amigos, correu para rua, para esconder sua bicicleta, pois os amigos poderiam reconhecê-la. Ficou escondido enquanto os amigos saiam.
James foi para o consultório de Getulius, lá não tinha ninguém, resolveu esperar. Viu que era mesmo quem procurava, pois tinha fotos e documentos que o homem deixara na mesa. Não demorou muito para Getulius voltar para sua sala. “Nossa, eu apaguei a luz!?”, pensou o velho acendendo as lâmpadas. E começou a escutar uma voz que vinha de sua cadeira que estava virada para janela a sua frente.
         – Olá doutor, Kennedy Golbem! – era James virando-se na cadeira que girava.
– James? O que faz aqui? Como descobriu? – falou Kennedy.
– Quem faz as perguntas por aqui sou eu. – falou o garoto com tom raiva. – Por que não nos falou seu verdadeiro nome?
– Por... – Kennedy tentou falar, mas foi interrompido por James.
– Se você for o tal K.G., os seus crimes acabam aqui. – James se mostrava agressivo.
– Mas eu não sou quem você pensa. – tentou se defender, Kennedy.
– Me dê motivos para não desconfiar de você. – James o encarava.
– Acalme-se, meu jovem. – pediu o velho Golbem – Sei seus nomes porque talvez vocês não falavam baixo o bastante quando estavam em locais públicos, por exemplo: na pizzaria. Escutei suas conversas, comecei a vigiá-los sim, pois queria saber até onde iriam, e a meu ver, se mostraram interessados, principalmente você. Vi que precisavam de ajuda. Não quero tomar seu lugar. Olha pra mim, se eu ao menos pudesse pedalar numa bicicleta como você, estaria satisfeito, mas não posso dirigir meu próprio carro.  – Kennedy se explicou.
– Mas e seu nome? Os cartões que você nos entregou?
– Não queria assustá-los no nosso primeiro contato. Os cartões eu os mandei fazer. – Kennedy respondeu. – Acredita em mim agora?
– Hm... Tá legal! – James piscou. Apertaram as mãos sorrindo. - Continue com seu disfarce, senhor Getulius. – James falou rindo. – Mas continue mesmo, não fale pra eles, ou vão se assustar.
– Não vai voltar a ajudá-los? – perguntou Kennedy.
– Não sei. Vou pensar. Só mais uma coisa, como não viram suas fotos, documentos e seu nome do jaleco? – perguntou James. – Que pergunta tola, claro que escondeu tudo.

...
O tempo foi passando, nada de K.G., o homem nunca mais fizera nada. James ia treinando, mas dessa vez era para natação, estava cansado de jogar vôlei, queria experimentar algo diferente. Bem, o dia das inscrições para as eliminatórias internas chegou. James saiu da fila da inscrição e na sua direção estava Bianca sorrindo e acenando para ele, que mudou seu percurso. A garota percebeu que ele não queria papo com ninguém, muito menos com ela.
– Acho que James está com raiva de mim. – disse Bianca para Lucy.
– Hm... Claro! – Lucy não sabia o que falar, estava dividida.
...
O dia das eliminatórias internas chegou, James estava preparado e muito confiante de sua vitória, pois só um iria representar a escola. Ele foi trocar seu traje no banheiro das piscinas da escola.
Quando ele entra no banheiro e toma uma distância a luz se apaga e a porta é trancada.
– Olá, garoto!
– Quem está ai? – James nervoso.
– Vim aqui por que sei que seus amigos traíram sua liderança.
– K.G. – James murmurou interrompendo-o.
– Inteligente, esperto, ágil, forte... Este é você. E é sobre isto que quero conversar. – disse K.G.
– O que quer de mim? Sabe que não tenho nada a te oferecer. – James receoso.
– Já que eles te rejeitaram, pensei que você poderia me ajudar. Depois voltarei pra saber sua resposta. Boa sorte na competição. Estarei assistindo e torcendo por você, ao contrario de seus amigos. – K.G. saiu do banheiro acendendo a luz.
...
Bianca, Rudolph, Lucy e Joseph estavam lá para assistir a competição. Para competir com James, tinham mais sete alunos, entre eles estava Toby Keller, uma forte concorrência para James. “Nossa! Como o Toby é lindo, nunca tinha notado.”, Lucy pensou.
O conselho de natação que reuniu professores de educação física de todas as escolas participantes decidiu passar os dois para as Olimpíadas Escolares Estaduais. O que é bom para a escola, pois tem dois representantes.
...
“Como K.G. sabia que não estou mais com eles? Será que Kennedy mentiu pra mim? Não, não. As vozes são totalmente diferentes, mas isso é muito sinistro.”, pensava James a caminho de casa.
...
Lucy já havia conversado com Bianca sobre Joseph. Disse que ele era muito tímido, mas que a amava, o problema era a vergonha. Lucy decidiu então dá o tal do “empurrãozinho”.
– Priminho querido, que tal conversarmos sobre a Bia?
– Lucy, sabe que...
–... Tenho vergonha de falar pra ela. – completou a prima. – Sei como resolver. Mas ela também tá gostando de você. – conversaram, e Lucy deu várias idéias. Ela mesma telefonou pra Bianca, avisando-a que Joseph estava pronto, marcou o lugar de encontro, reservou uma mesa no restaurante do bairro e escolheu locais para passearem.
– Oi Bianca, tudo bem? – disse Joseph nervoso.
– Oi Joseph! Estou bem sim! – Bianca beijou-o no rosto e ele ficou gelado.
Jantaram e conversaram bastante – besteiras – e depois saíram para o passeio. Foram ao bosque, na verdade, era um “bosque planejado” com grandes árvores, bancos pretos com um estilo gótico. Sentados, Joseph entregou um papelzinho com um pequeno texto que ele mesmo fez.
(TEXTO CORTADO)
– Eu te amo!
Foram andando para o parapeito que dava para um pequeno rio que passava por baixo do “bosque planejado”. E lá na frente, a lua que parecia estar beijando o pequeno rio, apaixonadamente como Joseph e Bianca.



0 comentários:

 

Escrevendo Mundos de Tinta © 2008 . Design By: SkinCorner