Autor: Rocco Contestti
Índice
“O beijo é a menor distância entre dois apaixonados.” (Autor desconhecido)
James
estava meio que assumindo a liderança da equipe.
Estavam preparados para tudo: suspeitas e pistas. Por falar em pistas, cadê os
recados de K.G.?
Mas
eles ainda eram tão jovens para se preocuparem com isso. Tudo bem que Rudolph
tinha seu pai morto e Bianca sua mãe seqüestrada, precisavam se divertir, se
distrair.
Bianca
e Joseph só sabiam se olhar. Todos já haviam percebido que eles estavam se
gostando, mas nenhum dos dois fazia nada. “O que eles tão esperando?”, pensou
Lucy. Pra ela só faltava um empurrãozinho.
...
Já
estava próximo das férias. Eles passavam nas ruas pedalando suas bicicletas
quando novamente um carro preto parou a sua frente fazendo-os parar. Um homem
velho, mas lúcido saiu pela porta traseira. O homem os convidou para tomar
sorvete e eles aceitaram. Na sorveteria:
–
O que vão querer? – disse Kleber.
–
Eu não vou querer, mas pago o deles. – falou o velho desconhecido.
–
Então... – Eles pediram e o dono da sorveteria saiu.
–
O que vocês estão fazendo é muito perigoso. – O velho comentou.
–
Hm... Quem é você? O que acha que estamos fazendo? – James sabia do que o homem
estava falando, mas queria defender o grupo e o segredo.
–
Não se preocupem. Vim aqui para ajudá-los. Sou Getulius Golbem, sou psicólogo e
psiquiatra. Não precisam se apresentar a mim, sei quem são.
–
Ajudar em quê? E como assim sabe quem somos? – James ainda tentando defender a
equipe.
–
Não se faça de bobo – disse Getulius – No caso perigoso, os ataques, o
mistério, K.G. – cochichou.
–
Como soube disso? – James ainda.
–
Andei observando vocês, James. Estou aqui para ajudar em tudo que precisarem:
roupas, equipamentos, abrigos, esconderijos...
–
Hm... Só um minuto. – James pediu para conversar com os amigos fora da
sorveteria. – Pessoal, vocês não vão confiar nesse cara né?
–
Por que não? O homem quer ajudar, Jime – Bianca discordou.
–
Não perceberam? O cara acabou de falar que nos segue faz tempo, sabe nosso
nomes e sabe daquilo. – se referiu a K.G. – Vocês vão cair nessa?
–
James, K.G. é não G.G., entendeu? – Bianca
–
Ok, você que sabe. E vocês vão falar nada? – disse James aos outros.
–
Concordamos com Bianca, Jime. Desculpa! – Rudolph falou por todos.
–
Hm... Tá bom! – Eles voltam para mesa.
–
Pronto, já conversaram? O que decidiram? – Getulius perguntou.
–
Aceitamos a sua ajuda, senhor. – disse Bianca.
–
Que bom! – o homem sorriu. – Peguem meu cartão, quando precisarem é só avisar.
– deu um cartão para cada um. James pegou o seu, Getulius saiu e James disse:
–
Ok! Aceitaram a ajuda dele. Agora vou ter tempo de participar das olimpíadas e
me ocupar com coisas que realmente me interessam. – saiu na sua bicicleta.
...
–
Caramba, James ficou chateado. – Lucy comentou.
–
É verdade! – Joseph concordou.
–
Mas como ele mesmo disse, não podemos parar. Ou vocês vão com ele? Não se
sintam obrigados a nos ajudar. – Bianca disse.
–
Ficamos com vocês. – Lucy fala por si mesma e seu primo.
–
Obrigada, meus amigos. Sabia que poderia contar sempre com vocês. – Bianca
disse abraçando Rudolph e Lucy, mas com Joseph só um aperto de mãos, um aperto
de mão gelado e com os olhos mirando os do outro.
...
James
realmente não aceitou ajuda de Getulius. O garoto tinha suas razões, mas ele
queria fazer algo antes de se preocupar com as Olimpíadas. Aproveitou o fim de
semana para fazer o que queria.
O
menino acordou cedo e foi para casa de Getulius Golbem, antes que o homem
saísse para trabalhar. Ficou escondido no jardim que ficava na saída da
mansão. Quando viu aquele carro preto
saindo, se preparou, pois não sabia o quanto iria pedalar. Esperou o carro
ficar um pouco distante dali para começar a segui-lo. James conseguiu seguir
sem ser percebido, o carro parou em gente a uma clinica psiquiátrica o menino
entrou ali e foi à recepção.
–
Moça, onde fica o consultório do doutor Golbem? – James perguntou a
recepcionista.
–
Doutor Kennedy Golbem? Só um minuto, vou
conferir. – falou a recepcionista da clínica.
“Kennedy Golbem, será que é mesmo ele?”,
pensou James.
–
Fica a terceira porta a direita, é o número 54. – falou a mulher.
–
Obrigado!
–
Mas vai ter que esperar, ele está com visitas na sua sala. Acho que vai ser
rápido, ele está com uns garotos lá. – a recepcionista se referia aos amigos do
menino.
...
–
Pelo visto, James não quer minha ajuda. Eu entendo, ele liderava o grupo. Mas
ainda seremos bons amigos. – falava o homem confiante.
Depois
de bastante conversa, finalmente saíram dali.
...
James
escutou as vozes dos amigos, correu para rua, para esconder sua bicicleta, pois
os amigos poderiam reconhecê-la. Ficou escondido enquanto os amigos saiam.
James
foi para o consultório de Getulius, lá não tinha ninguém, resolveu esperar. Viu
que era mesmo quem procurava, pois tinha fotos e documentos que o homem deixara
na mesa. Não demorou muito para Getulius voltar para sua sala. “Nossa, eu
apaguei a luz!?”, pensou o velho acendendo as lâmpadas. E começou a escutar uma
voz que vinha de sua cadeira que estava virada para janela a sua frente.
–
Olá doutor, Kennedy Golbem! – era James virando-se na cadeira que girava.
–
James? O que faz aqui? Como descobriu? – falou Kennedy.
–
Quem faz as perguntas por aqui sou eu. – falou o garoto com tom raiva. – Por
que não nos falou seu verdadeiro nome?
–
Por... – Kennedy tentou falar, mas foi interrompido por James.
–
Se você for o tal K.G., os seus crimes acabam aqui. – James se mostrava
agressivo.
–
Mas eu não sou quem você pensa. – tentou se defender, Kennedy.
–
Me dê motivos para não desconfiar de você. – James o encarava.
–
Acalme-se, meu jovem. – pediu o velho Golbem – Sei seus nomes porque talvez
vocês não falavam baixo o bastante quando estavam em locais públicos, por
exemplo: na pizzaria. Escutei suas conversas, comecei a vigiá-los sim, pois queria
saber até onde iriam, e a meu ver, se mostraram interessados, principalmente
você. Vi que precisavam de ajuda. Não quero tomar seu lugar. Olha pra mim, se
eu ao menos pudesse pedalar numa bicicleta como você, estaria satisfeito, mas
não posso dirigir meu próprio carro. –
Kennedy se explicou.
–
Mas e seu nome? Os cartões que você nos entregou?
–
Não queria assustá-los no nosso primeiro contato. Os cartões eu os mandei
fazer. – Kennedy respondeu. – Acredita em mim agora?
– Hm...
Tá legal! – James piscou. Apertaram as mãos sorrindo. - Continue com seu
disfarce, senhor Getulius. – James falou rindo. – Mas continue mesmo, não fale
pra eles, ou vão se assustar.
–
Não vai voltar a ajudá-los? – perguntou Kennedy.
–
Não sei. Vou pensar. Só mais uma coisa, como não viram suas fotos, documentos e
seu nome do jaleco? – perguntou James. – Que pergunta tola, claro que escondeu
tudo.
...
O
tempo foi passando, nada de K.G., o homem nunca mais fizera nada. James ia treinando,
mas dessa vez era para natação, estava cansado de jogar vôlei, queria
experimentar algo diferente. Bem, o dia das inscrições para as eliminatórias
internas chegou. James saiu da fila da inscrição e na sua direção estava Bianca
sorrindo e acenando para ele, que mudou seu percurso. A garota percebeu que ele
não queria papo com ninguém, muito menos com ela.
–
Acho que James está com raiva de mim. – disse Bianca para Lucy.
–
Hm... Claro! – Lucy não sabia o que falar, estava dividida.
...
O
dia das eliminatórias internas chegou, James estava preparado e muito confiante
de sua vitória, pois só um iria representar a escola. Ele foi trocar seu traje
no banheiro das piscinas da escola.
Quando
ele entra no banheiro e toma uma distância a luz se apaga e a porta é trancada.
–
Olá, garoto!
–
Quem está ai? – James nervoso.
–
Vim aqui por que sei que seus amigos traíram sua liderança.
–
K.G. – James murmurou interrompendo-o.
–
Inteligente, esperto, ágil, forte... Este é você. E é sobre isto que quero
conversar. – disse K.G.
–
O que quer de mim? Sabe que não tenho nada a te oferecer. – James receoso.
–
Já que eles te rejeitaram, pensei que você poderia me ajudar. Depois voltarei
pra saber sua resposta. Boa sorte na competição. Estarei assistindo e torcendo
por você, ao contrario de seus amigos. – K.G. saiu do banheiro acendendo a luz.
...
Bianca,
Rudolph, Lucy e Joseph estavam lá para assistir a competição. Para competir com
James, tinham mais sete alunos, entre eles estava Toby Keller, uma forte
concorrência para James. “Nossa! Como o Toby é lindo, nunca tinha notado.”,
Lucy pensou.
O
conselho de natação que reuniu professores de educação física de todas as
escolas participantes decidiu passar os dois para as Olimpíadas Escolares
Estaduais. O que é bom para a escola, pois tem dois representantes.
...
“Como
K.G. sabia que não estou mais com eles? Será que Kennedy mentiu pra mim? Não,
não. As vozes são totalmente diferentes, mas isso é muito sinistro.”, pensava James
a caminho de casa.
...
Lucy
já havia conversado com Bianca sobre Joseph. Disse que ele era muito tímido,
mas que a amava, o problema era a vergonha. Lucy decidiu então dá o tal do
“empurrãozinho”.
–
Priminho querido, que tal conversarmos sobre a Bia?
–
Lucy, sabe que...
–...
Tenho vergonha de falar pra ela. – completou a prima. – Sei como resolver. Mas
ela também tá gostando de você. – conversaram, e Lucy deu várias idéias. Ela
mesma telefonou pra Bianca, avisando-a que Joseph estava pronto, marcou o lugar
de encontro, reservou uma mesa no restaurante do bairro e escolheu locais para
passearem.
–
Oi Bianca, tudo bem? – disse Joseph nervoso.
–
Oi Joseph!
Estou bem sim! – Bianca beijou-o no rosto e
ele ficou gelado.
Jantaram
e conversaram bastante – besteiras – e depois saíram para o passeio. Foram ao
bosque, na verdade, era um “bosque planejado” com grandes árvores, bancos
pretos com um estilo gótico. Sentados, Joseph entregou um papelzinho
com um pequeno texto que ele mesmo fez.
(TEXTO CORTADO)
– Eu te amo!
Foram
andando para o parapeito que dava para um pequeno rio que passava por baixo do
“bosque planejado”. E lá na frente, a lua que parecia estar beijando o pequeno
rio, apaixonadamente como Joseph e Bianca.
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