domingo, 22 de julho de 2012

Porque eu prefiro histórias longas a contos

Classicamente, diz-se que o conto se define pela sua pequena extensão. Mais curto que a novela ou o romance, o conto tem uma estrutura fechada, desenvolve uma história e tem apenas um clímax. Num romance, a trama desdobra-se em conflitos secundários, o que não acontece com o conto. O conto é conciso – Wikipédia


Não é que eu não goste de contos. Eu até gosto, mas eu tenho um certo problema com eles.

Primeiro, a meu ver a maioria [veja bem, a maioria que eu já li] começa sem pé nem cabeça, pois eu não sei nada sobre os personagens, nem o que os levou àquela cena. Não dá tempo de me identificar com eles e logo a história acabou. Eu fico sentindo que está faltando algo.

Outra coisa é a dificuldade de escrever sobre outros gêneros no mesmo conto. Eu não gosto de ler nada que circule somente em um gênero. Por exemplo, um conto de terror não tem um segundo de paz, pois é pequeno demais para isso, então fica muito violento e macabro.

Histórias longas são mais trabalhosas, mas dá pra colocar de tudo [ou quase tudo] em uma história longa. Logicamente apenas um gênero predomina, mas tudo bem se você colocar um romancezinho ou um momento de paz em uma história de terror. A leitura fica menos pesada.

Por isso ainda não postei nada aqui. Porque não escrevo contos, e sim novelas e romances [tipos de texto, não o gênero romance], que dão muito trabalho, demoram a ser finalizados e exigem muito tempo. E é por isso também que alguns contos não foram aceitos para serem postados aqui. 

3 comentários:

Vinícius Gama de Farias disse...

Verdade, mas acho que se o escritor tratar o seu conto como um romance, o resultado fica bem legal.

Anônimo disse...

Sim, Vinícius, mas que é difícil vermos isso por aí, isso é.

Anônimo disse...

Eu sempre, em lutas de boxe, preferi ver as lutas que terminassem em nocautes do que as que fossem até o final, embora também apreciasse estas últimas. Aprecio as lutas belas, embora prefira aquelas que terminam num golpe inesperado e técnico. Bonito.

- "No combate entre um texto apaixonante e seu leitor, o romance ganha sempre por pontos, enquanto o conto deve ganhar por nocaute." -- Cortázar.

No mais, gostei do blog de vocês. Digo, do modo como é organizado (ainda não li suas estórias). Gostei de vocês. Seria legal ter suas companhias. Quem sabe um dia?!

E Samantha, talvez você não tenha lido bons contistas. E é difícil classificar algo como romance. O que seria um romance? Não há resposta. E todos teóricos se enrolam com essa pergunta (o último, que eu vi, a ver enrolar-se diante desta questão foi Cristóvão Tezza -- escritor e ex acadêmico --, ao ser questionado por isso pelo crítico literário Manuel da Costa Pinto, na tv cultura). Enfim. Os russo -- formalismo russo -- tentaram dar uma resposta 'científica' para esta proposição, mas parecem terem falhado.

"Outra coisa é a dificuldade de escrever sobre outros gêneros no mesmo conto."

Neste sentido, acredito que vá gostar de contos ditos 'pós-modernos' (o que é complicado de se classificar também). Contos de David Foster Wallace e Thomas Pynchon podem te agradar, por exemplo. Entre muitos outros. Mas é difícil encontrar contos pós-modernos vertidos para o português -- já que contos não são vendidos por estas bandas (os romances você encontra com facilidade). E lê-los em inglês, mesmo com um bom conhecimento desta língua, é uma tarefa árdua.

Até mais. []

 

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