Pensei muito na hora de escolher sobre qual livro faria uma
resenha. Pensei em As Crônicas de Nárnia, mas é uma saga muito conhecida, então
não seria legal, quem sabe na próxima. Com isso tentei lembrar de algum livro
de algum escritor da terra. O Mundo de Flora de Ângela Gutierrez me
veio à mente.
Primeiro falando sobre a estrutura do livro. Admiro essa
autora por sua criatividade, pois a história não segue uma ordem normal, uma
ordem não linear, o que faz dela uma obra única nesse sentido. Tentando
explicar melhor, a obra é escrita em vários pedaços e o leitor vai seguindo o
índice para ler o livro. E no mesmo livro você pode encontrar várias histórias
diferentes, seguindo os diferentes índices que tem nele.
Ainda falando sobre a estrutura, você vai encontrar capítulos
curtíssimos com os seus respectivos títulos nas margens das páginas. A obra da
autora segue uma linha Cubista, além de regionalismo e autobiografia.
Agora falando sobre o enredo: têm-se como personagens
principais as mulheres de gerações diferentes da família do senhor Romeu, três Floras
(Dona Flora, Flora Morena e Flora Fernández), três Níveas e três Brancas, todas
com características bem diferentes. As Floras eram sonhadoras e adoravam ler e
escrever. As Brancas eram religiosas e românticas. As Níveas eram tristes e
mansas.
Eu achei bem interessante que nessa família, se nascesse uma
menina receberia o nome de Flora, Nívea ou Branca. E se fosse um menino, seria
Tomé – nome do patriarca.
A história principal começa falando sobre a infância da
protagonista, que era uma Flora, mais precisamente a Flora Fernández (filha de
Flora Morena), que era uma garota Inteligente e esperta, “que desde cedo aprende de forma muito particular as experiências de
vida, no contato com outras crianças, com os adultos, com a natureza ou com as
fatalidades da vida”. Ela vivencia a morte de sua tia Branca e de
amigos da família, além de assistir ao suicídio
de Getúlio Vargas. Na juventude conhece o amor e as ideologias. Passa sofridos
momentos com a Ditadura Militar.
Depois casa-se com Diego, com quem teve um filho, o qual
morreu ainda bebê. Com isso, Flora entra em depressão e se revolta contra Deus.
Após essa perda, sua saúde entra em declínio e morre aos 33 anos.
A obra ainda discute vários problemas sociais como o racismo,
o celibato, o conservadorismo religioso, a educação pelo medo...
E sobre as outras histórias, embora seus personagens não
tenham nenhum vínculo com a família de Romeu, foram importantíssimos para a
formação da protagonista.
Espero ter sido claro e só me resta desejar uma boa leitura!
2 comentários:
Adorei! É uma pena que livros assim são um pouco difíceis de encontrar para download na internet.
Vou procurar pra ti.
*-*
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