sábado, 5 de maio de 2012

[Resenha] O Mundo de Flora


Pensei muito na hora de escolher sobre qual livro faria uma resenha. Pensei em As Crônicas de Nárnia, mas é uma saga muito conhecida, então não seria legal, quem sabe na próxima. Com isso tentei lembrar de algum livro de algum escritor da terra. O Mundo de Flora de Ângela Gutierrez me veio à mente.


Primeiro falando sobre a estrutura do livro. Admiro essa autora por sua criatividade, pois a história não segue uma ordem normal, uma ordem não linear, o que faz dela uma obra única nesse sentido. Tentando explicar melhor, a obra é escrita em vários pedaços e o leitor vai seguindo o índice para ler o livro. E no mesmo livro você pode encontrar várias histórias diferentes, seguindo os diferentes índices que tem nele.


Ainda falando sobre a estrutura, você vai encontrar capítulos curtíssimos com os seus respectivos títulos nas margens das páginas. A obra da autora segue uma linha Cubista, além de regionalismo e autobiografia.

Agora falando sobre o enredo: têm-se como personagens principais as mulheres de gerações diferentes da família do senhor Romeu, três Floras (Dona Flora, Flora Morena e Flora Fernández), três Níveas e três Brancas, todas com características bem diferentes. As Floras eram sonhadoras e adoravam ler e escrever. As Brancas eram religiosas e românticas. As Níveas eram tristes e mansas.

Eu achei bem interessante que nessa família, se nascesse uma menina receberia o nome de Flora, Nívea ou Branca. E se fosse um menino, seria Tomé – nome do patriarca.

A história principal começa falando sobre a infância da protagonista, que era uma Flora, mais precisamente a Flora Fernández (filha de Flora Morena), que era uma garota Inteligente e esperta, “que desde cedo aprende de forma muito particular as experiências de vida, no contato com outras crianças, com os adultos, com a natureza ou com as fatalidades da vida”. Ela vivencia a morte de sua tia Branca e de amigos da família, além de assistir ao suicídio de Getúlio Vargas. Na juventude conhece o amor e as ideologias. Passa sofridos momentos com a Ditadura Militar.

Depois casa-se com Diego, com quem teve um filho, o qual morreu ainda bebê. Com isso, Flora entra em depressão e se revolta contra Deus. Após essa perda, sua saúde entra em declínio e morre aos 33 anos.

A obra ainda discute vários problemas sociais como o racismo, o celibato, o conservadorismo religioso, a educação pelo medo...

E sobre as outras histórias, embora seus personagens não tenham nenhum vínculo com a família de Romeu, foram importantíssimos para a formação da protagonista.

Espero ter sido claro e só me resta desejar uma boa leitura!  

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei! É uma pena que livros assim são um pouco difíceis de encontrar para download na internet.

Rocco Contestti disse...

Vou procurar pra ti.
*-*

 

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