terça-feira, 5 de junho de 2012

Delírio


Já dizia a nossa grande diva da literatura, Clarice Lispector, que escrever não é fácil, é tornar nítido o que está quase apagado.

Escrever é retratar aquilo que se ver, mesmo sendo ficção. O autor sempre irá embutir algo de sua vida, seja um fato ou alguma coisa almejada e não conquistada.
Confesso que escrevia mal. E também não sou lá grande coisa se comparado aos nossos grandes escritores. Mas percebi que cresci “literaturamente”.
Mas percebo que infelizmente terei de abandona, à revelia, uma das coisas que mais gosto de fazer por causa da vida, por causa do futuro que escolhi para mim. Não está tão perto, mas é triste pensar nisso. Dá-me até prévias saudades, mas é a realidade.
É muito difícil decidir a vida tão cedo com um mero exame de vestibular no final do ano. Mais difícil ainda quando se tem o gosto amplo.
Espero poder voltar a esse mundo tão perfeito e mágico da literatura e voltar contribuindo para a escrita nacional.
Não sei. Talvez seja um delírio meu. Talvez eu não precise “abandonar” algo que me proporciona tanto prazer. Mas que a vida é uma incógnita, com certeza ela é.
Deixo minhas lamentações aqui. Sinto-me livre agora de algo que me perturbava fazia algum tempo. 

2 comentários:

Derek Matthews disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Derek Matthews disse...

Um dia tivemos de deixar nossos brinquedos numa caixa e a cada aniversário recebemos mais responsabilidades, é nosso grande presente, "presente de grego" diria eu. Parece que passamos de nível no Pac man e a cada fase fica mais difícil escapar dos fantasmas da sociedade que nos perseguem.
Mas nos empenhar em nosso futuro com garra, com braveza é também enfraquecer essas assombrações, deixá-los azuis, um dia somos caça, no outro caçador e depois de tudo isso sempre recebemos um Bônus por termos acreditado.
Nunca deixamos de brincar, mas nossos brinquedos mudam, um dia se tornam ferramentas, mas a diversão é a mesma. Escrever é algo da essência de um escritor, e além de tudo é uma brincadeira também, uma diversão, eu mesmo nunca consegui parar de escrever, mesmo sem uma folha, uma caneta, eu inventava as aventuras na imaginação, tenho certeza que tudo vai dar certo, existe um bibliotecário que sempre coloca nossos livros bagunçados no seu devido lugar.

 

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