Autor: Rocco Contestti
Índice
“A mais bela ponte do mundo é a distância de um olhar e outro.” (Autor desconhecido)
I
Bianca e Lucy estavam ficando muito amigas, já dava
pra dizer que Lucy fazia parte do “grupinho”.
Lucy acordou, banhou-se, tomou o café, arrumou-se e
viu no relógio que fez tudo rapidamente. Esperou um pouco para chamar Joseph,
mas ele ainda não estava pronto.
– Lucy, pode ir na frente. Dopo io vado!
Lucy viu, pela janela, Rudolph saindo, então
decidiu acompanhá-lo até a escola. Bianca já estava no banco do pátio que
sempre sentavam. Lucy foi à sua direção e Rudolph foi ocupar seu lugar na sala.
No intervalo, ficaram todos juntos, James, Rudolph,
Bianca e Lucy.
– Bianca, por que não veio ontem ver o jogo do
James? – Rudolph perguntou. – Fiquei sozinho! – e reclamou.
– Minha mãe foi seqüestrada! – Bianca nem se quer
gaguejou. Seus amigos ficaram em silêncio, mais uma vez ficaram sem o que
falar. Passaram um bom tempo calados. Lucy estava do lado de Bianca e Rudolph e
James do outro. Joseph estava passando bem perto dali chamando a atenção de
Bianca.
– Olha lá Lucy! Que anjo! – cochichou no ouvido da
amiga.
– Quem? Aquele? – Lucy apontou e falou com tom de
voz normal.
– Sim! É ele! – respondeu baixando o braço de Lucy,
ainda cochichando. – Vê se fala baixo.
– É meu primo Joseph. Quer que eu o chame? – Lucy
agora cochichando.
– Não, tá louca? – riram.
...
Mais tarde, no fim da aula, Lucy voltou com seu
primo.
– Joseph, minha nova amiga gostou de você! Te achou
lindo! – Lucy comentou.
– Legal! – Joseph disse em tom nada amistoso.
– Que houve, primo? – Lucy percebeu.
– A pergunta deveria ser: O que houve, prima?
– Não entendi! O que fiz? Te magoei?
– Deixa pra lá. Non
guardo mágoas! – saiu na frente e Lucy ficou parada tentando lembrar o que fez
ao primo.
...
Lucy encostada na árvore onde conheceu Bianca,
James e Rudolph, chorava ainda tentando lembrar o que tinha feito para deixar
seu primo chateado, mas nada lhe vinha à cabeça. Joseph a viu pela janela e
percebeu que ela não estava bem.
– O que io
fiz? Non deveria ter dito aquilo a
você. – Joseph se lamentou.
– Não primo. Eu te magoei, não sei como, e agora
estou arrependida. Me perdoa? – disse Lucy enxugando seu rosto.
– No, tu non
hai fato niente, io che sono un idiota. – Joseph estava nervoso, por isso
falou tudo em italiano.
– Calma, Joseph! O que aconteceu então?
– Non è fácil falar. – mais calmo – Estava com
ciúme.
– Sério?
– Só via você com aqueles seus amigos...
– Desculpa priminho! A culpa é mesmo minha. Te
deixei sozinho! Deveria ter te dado mais atenção! Vem cá, me dá um abraço.
Mais tarde Joseph tocou no assunto:
– Sua amiga falou o que mesmo?
– Que você é lindo!
– Hm... Ok!
...
– Mãe, hoje vou voltar mais tarde! – Rudolph
avisou.
– Ok meu filho. Sabe que não precisa me avisar,
hoje é sexta-feira.
Rudolph estava saindo quando viu algo se mexendo no
jardim de sua mãe. Na verdade viu um braço tocando a janela. Rudolph pensou e
concluiu que era uma criança que estava brincando por ali. Saiu ao encontro dos
amigos.
...
Bianca e James já estavam sentados à mesa da
pizzaria, Rudolph estava chegando e logo depois vinham Lucy e seu primo. Ela
queria apresentá-lo aos amigos.
– Oi pessoal! Esse é Joseph, meu primo italiano.
Ele estuda com a gente, mas não fala com ninguém, por isso resolvi apresentá-lo
a vocês.
– Oi gente!
– Essa é Bianca. Esse é Rudolph, nosso vizinho. E
James. – apresentou-lhes a Joseph. – Espero que gostem dele. – piscou para
Bianca. – e você também primo!
Passaram a noite juntos, passearam, brincaram,
conversaram, conheceram melhor Joseph. “Essa noite foi inesquecível.”, pensou
James.
...
Na escola Bianca avistou Lucy e foi ao seu encontro.
–
Você, não falou nada a ele, né!?
–
Falei! – respondeu Lucy.
– O que
ele falou sua louca?
– Só
“ok”! – riram.
Rudolph
e James estavam chegando aonde as meninas estavam.
– E
ai? – James.
– Oi! –
Lucy.
– E ai,
o quê? – Bianca.
– Tudo
bom? – James sem entender mais nada, virou os olhos.
– Ah
sim! Claro! E você?
– Tou
bem! O que estão escondendo? – James percebeu.
– Nada,
por quê? – Lucy.
– É que
por que parecem estar escondendo algo! – Rudolph também percebeu. Riram
enquanto Joseph passava olhando para Bianca, e ela devolvendo os olhares como
se não existisse mais nada tão importante.
O sino bate e corta aquele momento.
Todos
já estavam em sala e a professora de literatura, Lisa Green, não havia chegado.
Rudolph foi à direção se informar sobre a ausência da professora. O diretor
Karl Gaulle tentou todos os telefones, mas ninguém atendia. Karl decidiu mandar
um professor de literatura de outra série para substituir Lisa naquele dia.
Mais
tarde saiu no telejornal:
“Uma mulher foi seqüestrada, seu nome é Lisa
Green, professora da escola Toronto School. Os seqüestradores cobraram uma
fortuna pelo resgate, mas sabendo que ninguém iria pagar, resolveram telefonar
novamente, dizendo que não queriam mais nada e que não era para procurá-lo, caso
o contrário matariam a professora...”
“O capitão acabou de dizer que a janela do quarto da
professora se encontra quebrada...”.
II
Agora com Joseph são cinco, cinco grandes amigos,
que por pior que seja a situação, sempre
estavam apoiando uns aos outros.
Bianca era forte, mas ainda não se conformara com o
dito seqüestro de sua mãe, queria mais, queria poder se informar cada vez mais,
pois as investigações policiais não davam em nada.
O mesmo vale para Rudolph, embora esteja
conseguindo seguir sua vida sem seu pai.
E
também a coincidência dos seqüestros de Lisa e Bety, que foram exatamente
iguais: com a janela quebrada.
...
Na terça-feira à tarde conversavam sobre isso e
decidiram investigar, sem a ajuda da policia. Começaram com a mãe de Bianca, e
para isto tinham que fazer uma visitinha à casa de Bety, mas tudo com muito
cuidado, para não tocarem em nada. Sorte que Bianca tinha cópias das chaves.
Sabiam que não teriam esperanças, pois a policia já
havia passado por ali, mas não custou nada dá uma olhadinha. Todos subiram. No
corredor de cima acharam um lenço preto jogado no chão.
...
Pensavam
que não iriam encontrar nada, mas encontraram. No guarda-roupa de Bety, tinha
uma caixinha de jóias, claro que eram da mulher. Bianca abriu-a.
– Que
tipo de criminoso que ver jóias, não as rouba? – Lucy pensou alto.
Bianca
achou um papelzinho dentro da caixinha, e deu para Rudolph ver o que era. O
garoto viu que tinha algo escrito e leu em voz alta:
“Querem Bety de volta? Não vai ser fácil! É
melhor seguir minhas instruções que estão no recado anterior.”
K.G.
Bianca
chorou. Não se sabe se era de alegria, pois sua mãe estava viva, ou de medo,
pois o que tinha no papel que Rudolph acabara de ler, para ela foi de tom
ameaçador. Lucy acudiu à amiga.
–
Recado anterior? Como assim? – Rudolph perguntou confuso.
– Vamos
pensar bem, amanhã à noite nos encontramos e vemos a melhor possibilidade. –
James deu a idéia.
...
“Recado anterior? O que seria isso? Um recado
no seqüestro de dona Bety, então deve ter outro recado que ‘pertença’ a um
crime anterior, mas houve tantos.” Pensou
James deitado na sua cama. O garoto não perdeu tempo, resolveu ir aos locais
dos crimes anteriores que aconteceram naquela região.
“Houve tantos crimes antes do seqüestro da
tia Bety, esses caras não podem ter feito todos. Então não tem como saber
facilmente qual foi o crime anterior.” James
estava mesmo preocupado e empenhado, queria realmente ajudar seus amigos. Saiu
à noite para procurar o tal recado.
Tentou
se lembrar que crime naquela cidade antecedeu o seqüestro de Bety. O menino
lembrou que a casa do senhor Julius, seu visinho e amigo de sua família, foi
assaltada. Foi até lá, o velho ainda não estava dormindo.
–
Senhor Julius, é que não tenho nada pra fazer em casa, quero ler um livro,
posso pegar um na sua biblioteca. – James mentiu.
– Claro meu filho! Qualquer coisa
estarei no meu quarto. – o velho faz um gesto para que o menino entrasse.
James foi até a biblioteca para esperar
o velho subir e entrar no seu quarto. Escutou um barulho de porta batendo e
saiu da biblioteca. Vasculhou toda a casa, passou meia hora ali tentando
encontrar algo, mas não achou nada. Voltou à biblioteca, pegou um livro e foi
ao quarto do homem.
– Senhor Julius? – batendo e abrindo a
porta. – Estou saindo. Quer que eu tranque a porta para o senhor?
– Sim, quero meu filho. Que livro
pegou?
– O Inimigo
Secreto, Agatha Christie.
– Boa escolha! Lembranças para seus
pais! Boa noite!
– Boa noite senhor!
O garoto saiu, trancou tudo e jogou as
chaves para dentro por uma brecha que a porta fazia com o chão.
...
No
dia seguinte, na escola, sentados no banco do pátio, James comentou.
–
Pessoal, qual foi o crime anterior ao seqüestro da tia Bety? Desculpa Bianca. –
o garoto queria evitar falar do seqüestro, mas naquele momento foi inevitável.
–
Tudo bem, James. Não se preocupe, continue. – Bianca assentiu.
–
Bem, vocês lembram de algo? – James não queria repetir.
–
A casa do velho Julius, não? – Rudolph tentou.
–
Não. Passei lá ontem, não encontrei nada. – James explicou.
–
O roubo àquela de roupas que fica próximo à praça. – Bianca lembrou.
–
É, pode ser. Vamos lá à tarde. – James
disse convicto de poderia encontrar algo lá.
No
fim da aula, James repetiu:
–
Vamos à loja hoje. A gente se encontra na sorveteria do senhor Kleber Gross.
Todos
confirmaram o encontro. Foram rapidamente as suas casas para almoçarem e
trocarem suas roupas.
...
–
É aquela loja! – disse Bianca. Foram andando na direção da tal loja de roupas.
Entram,
e uma vendedora foi logo atendê-los.
–
Vão querer ajuda? – perguntou a mulher.
–
Não, senhora. – Lucy respondeu.
–
Mas insisto. Meu nome é Katy.
–
Tá ok? Vamos. – Lucy piscou para os seus amigos e saiu para o outro lado da
loja.
–
E eles? – perguntou a jovem vendedora, referindo-se aos amigos de Lucy.
“Mulher curiosa!”,
pensou Lucy.
–
Estão só me acompanhando. – respondeu.
Enquanto
Lucy distraia Katy, a vendedora insistente, os outros tentavam encontrar algo
na loja. Olharam nas vitrines, dentro das roupas e nos corredores que as araras
formavam... Mas não encontraram nada.
James
avistou Lucy e fez um gesto de que achou nada.
–
Katy, desculpa! Mas anda me agradou. Quem sabe outro dia! Tchau! – os amigos
saíram da loja.
–
Odeio essas pessoas que só vem olhar e não compram nada. – comentou a
vendedora.
Como
a loja ficava próxima à praça, foram para lá.
–
E ai, nada mesmo? – Lucy queira confirmar o que tinha visto.
–
É Lucy, nada mesmo. – Joseph respondeu.
–
E agora? Vocês têm alguma idéia? Não lembram outro crime anterior... – James
disse e Bianca o olhou.
–
Já disse James, não se importe.
–
O assassinato do meu pai! - Rudolph
falou cabisbaixo.
–
Rulph? Me da um abraço! - Lucy percebeu
que o garoto ficou triste ao lembrar-se do pai.
–
É Rudolph! Bem lembrado! – James disse. – Desculpa.
–
Sem problemas... – Rudolph, soltando Lucy.
–
E onde aconteceu o assas...? – James perguntou.
–
Na delegacia! – respondeu Bianca.
–
Allora andiamo! Opa! Então vamos lá!
...
Depois
dos esforços na casa do velho Julius e naquela loja, foi quase que uma
recompensa para eles terem encontrado facilmente um lenço preto enganchado numa
planta do jardim da delegacia e próximo o tal recado anterior.
“Bem, sou eu o autor desses crimes, eu
matei Jack, seqüestrei Bety e Lisa.
Tudo começou aqui, esse cara mereceu a
morte. Roubou algo muito importante de mim. Ah! Não se preocupem. Sou só um.
Não sou uma quadrilha.
Sei quem são vocês. Sei tudo sobre vocês. À
noite passarei nas suas casas, é melhor que estejam dormindo.”
K.G.
III
Depois
da leitura daquele recado, eles ficaram chocados, com medo e insegurança, pois
como poderiam dormir com um criminoso dizendo que sabe tudo sobre eles, que irá
passar nas suas casas á noite e que assumiu ter feito todos aqueles crimes.
Já
era manhã, uma bela manhã. Rudolph acordou e arrumou-se para ir à escola. E
quando saia de sua casa, avistou no jardim de sua mãe um lenço preto. “K.G.”, pensou
o garoto. Foi conferir e era realmente um recado de K.G. . “Droga! Esse cara
não vai nos deixa em paz!”, pensou Rudolph outra vez, enquanto em seu rosto
corria uma lágrima.
O
garoto enxugou seu rosto, pôs a o papel e o lenço no bolso de sua calça e saiu
a caminho da escola e nem viu se Lucy e Joseph já tinham ido.
...
No
intervalo, sentados vocês sabem onde, eles comentaram.
–
E aí, receberem isso? - James mostrou um
lenço preto e um papel.
–
Recebi. – Bianca respondeu e Rudolph só balançou a cabeça positivamente.
–
Eu não entendi o meu. – mostrou James.
–
Pera ai! – a garota enquanto via o de James, tirava o seu do bolso. – Rudolph,
mostra o seu.
–
Juntaram os três recados, que na verdade eram pedaços de uma frase...
“Na
rua da escola de vocês tem uma pista na arvora mais alta”
...mas
ainda faltavam as partes de Lucy e Joseph que faltaram aula nesse dia.
A
rua era muito grande e tinha muitas árvores grandes, o jeito era esperar Lucy e
Joseph aparecerem.
–
Que tal irmos depois da aula na casa deles? – James deu a idéia.
–
Pode ser! – Rudolph concordou – Almocem lá em casa! – e convidou-os.
–
Tá legal, Rulph.
...
Antes
mesmo de almoçar, foram à casa de Lucy, mas não encontraram ninguém lá.
Almoçaram
e decidiram estudar juntos. Terminaram as tarefas da escola e preferiram esperar
Lucy e Joseph na rua.
Esperaram
até tarde, mas ninguém chegava. Estava ficando tarde para Bianca e James, então
foram logo embora e Rudolph esperou mais um pouco, não agüentou o sono e
entrou.
O
menino viu o envelope fechado na mesa, não abriu, pois poderia ser de sua mãe.
Foi dormir.
...
Susan
já havia saído, foi trabalhar mais cedo. Deixou tudo pronto para seu filho
comer no café da manhã. Rudolph quando estava saindo para ir a escola, viu o
aquele envelope no mesmo lugar.
O
garoto foi o primeiro achegar, então pôs sua mochila no lugar de sempre e
desceu para pátio para sentar no mesmo banco. Momentos depois seus amigos
chegaram.
–
Eles ainda não apareceram. – disse Rudolph se referindo a Lucy e Joseph.
–
Quanto tempo mais vamos ter que esperar? – Bianca perguntou impaciente.
–
Mas não podemos ficar parados. Você Bianca, que tem a mãe sequestrada, não se
preocupa, espera as coisas fáceis, espera tudo acontecer. Estou fazendo tudo
só. – James falou em tom de raiva e saiu. Bianca chorou, não quis responder e
Rudolph a consolou.
–
Não se preocupe Bia. É por que ele tá ajudando muito nessas investigações e
deve tá cansado.
–
É verdade, Rulph, vou me esforçar mais. – respondeu. – Vou falar com o James.
...
James
estava com a cabeça quente quando falou aquilo para Bianca, mas ela queria
desculpar-se, foi ao seu encontro.
–
Posso sentar aqui? – Bianca já sentada.
–
Já sentou!
–
Olha pra mim! – Bianca pegando na mão de James. – Desculpa! Você tem razão, eu
que deveria está me preocupando mais com essa história. Você me abriu os olhos.
...
Após
a aula, Rudolph chegou a casa e viu aquele envelope ainda no mesmo canto. Logo
sua mãe chega e ver o filho assistindo a televisão.
–
Filho, você ainda não abriu isso? – Susan pegando a carta.
–
É pra mim? Pensei que fosse sua mãe.
–
Hm... Pegue. – Susan entregou-o e subiu
Rudolph
viu que era de Lucy.
“Rudolph, uma tia minha
faleceu, irei passar uma semana em Boston, então junto a está carta deixei as
nossas partes do recado do K.G. Beijos e boa sorte!”
Lucy Petry
Após
a leitura, Rudolph ligou para seus amigos, James e Bianca, para se encontrarem
na praça.
–
Que houve Rulph? – Bianca perguntou.
–
Tenho a parte e não as partes de Lucy e Joseph. Vamos juntar:
“Na rua da escola de vocês, tem
uma pista na árvore mais alta da casa 1915.”
K.G.
–
Vamos lá! – Rudolph disse e foram.
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