Autor(a): D. Matthews.
"Quando isso acontece, nada mais faz sentido na cabeça dele, mas quem diz
que um dia pudesse fazer?"
Estamos trocando passos em calçadas de vias insanas e nosso respirar se
torna ofegante à medida que nos aproximamos daquele breu. Esperamos que o
ônibus pare num ponto desconhecido, mas nem mesmo sabemos que ônibus pararia em
uma rua tão distorcida, torcemos para que possamos voltar bem, dormir em nossos
lençóis companheiros, mas nem mesmo temos passagem. Quem sabe um dia ele
chegue, quem sabe um dia deixe de esperar e tenhamos a certeza que virá. Estar
perdido faz parte da vida.
Mergulhando na imensidão negra daquele lugar, uma claridade chama a
atenção de todo e qualquer viajante que possa caminhar naquele beco, sem nome,
sem saída, sem direção. A chuva se materializa na forma de uma suave garoa, e,
passadas das duas horas e dezessete minutos, se torna trilha sonora ecoando nas
paredes das residências próximas. A fonte luminosa é oriunda de um bar antigo,
um letreiro de neon indica o nome do local, e alguns vestígios luminosos na
porta mostra que ainda está aberto.